Corretoras de criptomoedas precisam de “proteção” contra crimes de front running, diz presidente da SEC

Gary Gensler quer que usuários de exchanges tenham proteções semelhantes às que já existem aos investidores da Bolsa de Nova York
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Presidente da SEC, Gary Gensler, durante palestra no MIT (Foto: Reprodução/Youtube)

O presidente da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC), Gary Gensler, quer mais supervisão das corretoras de criptomoedas.

Ao participar de uma audiência do subcomitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Deputados dos EUA, Gensler disse que a SEC está tentando trazer para os usuários de exchanges “proteções semelhantes” das que já existem aos investidores da Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) e Nasdaq. 

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“Sem um policial nas rédeas e algumas regras de trânsito, os participantes do mercado podem antecipar seus pedidos”, explicou Gensler, referindo-se a uma prática de front running, proibida nos mercados financeiros convencionais.

No mercado de criptomoedas, o front running significa obter conhecimento de transações pendentes, que estão públicas na blockchain, e fazer uma outra transação ser executada antes ao pagar uma taxa mais cara.

Securities and Exchange Commission Oversight Hearing (EventID=112692)

SEC cita DeFi como um desafio 

Gensler também disse que o mercado cripto está se expandindo rapidamente. “Todos nós ouvimos falar sobre bitcoin, mas existem mais de 80 outros tokens com valor de mercado superior a um bilhão de dólares, e mais 1.700 com mais de um US$ 1 milhão”, disse ele ao subcomitê.

A nova análise de dados ajudaria a SEC a monitorar o setor, mas também “ampliaria nossos recursos”. Em observações entregues ao comitê, Gensler descreveu as criptomoedas como uma “classe de ativos altamente volátil e especulativa”, tornando essencial a supervisão das plataformas de negociação. 

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Ele ressaltou que os volumes das exchanges relatados recentemente variaram entre US$ 130 bilhões e US$ 330 bilhões por dia, mas que os números não são confiáveis porque não foram auditados e refletem as movimentações de corretoras não registradas.

Entre outros desafios que a SEC enfrenta relacionados ao setor, Gensler apontou os mercados de empréstimo de criptomoedas e as plataformas de finanças descentralizadas (DeFi), que “levantam uma série de desafios para os investidores e a para a equipe da SEC que tenta protegê-los”.

O órgão, acrescentou ele, também está buscando comentários de corretores sobre os arranjos de custódia das criptomoedas.

A nomeação de Gensler para o cargo de liderança da SEC foi bem recebida por muitos participantes do espaço cripto, uma vez que ele já ministrou um curso sobre blockchain no MIT, bem como escreveu um artigo de opinião em 2019 onde descreve as criptomoedas e a tecnologia blockchain como um “catalisador para mudança”.

Desde que foi confirmado como presidente da SEC, Gensler adotou uma linha mais comedida sobre os ativos digitais, dizendo à conferência FINRA de 2021 que a agência “deveria estar pronta para tratar de casos que envolvem questões como as criptomoedas”.

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Ele também destacou a necessidade de “regras de trânsito e um policial de prontidão para proteger os investidores do dia a dia”, uma linha que voltou à tona em seu depoimento à Câmara dos Deputados.