CEO da Coinbase reconhece falhas na exchange e promete investir em infraestrutura

Brian Armstrong disse que o aumento inesperado do volume de negociação é um sinal de que as criptomoedas estão se tornando importantes na economia

CEO da Coinbase Brian Armstrong em entrevista ao Bloomberg

(Reprodução/Bloomberg Television)

O CEO da Coinbase, Brian Armstrong, afirmou na terça-feira (19) em uma entrevista à Bloomberg que a exchange terá que investir mais pesado em infraestrutura após as interrupções em sua plataforma no fim de fevereiro.  Naquele período, vários usuários relataram que ao fazer login, viram o saldo de suas carteiras zerado, enquanto a Coinbase corria para corrigir o problema.

O vídeo da entrevista foi publicado no canal Bloomberg Television no YouTube. “O que você aprendeu com as interrupções nas últimas semanas quando vimos aqueles elevados volumes de atividade e negociação após os ETFs?”, perguntou a apresentadora.

Na resposta, Armstrong reconheceu que realmente houve um aumento de atividade na Coinbase que levou ao bug. Ele afirmou que no ano passado foram feitos vários testes para garantir que a plataforma pudesse lidar com um aumento de 10 vezes no tráfego. No entanto, o aumento do volumo foi ainda maior do que o esperado.

“O que é incrível é que como o Bitcoin tocou e superou os máximos históricos [de preço] anteriores no período de cerca de uma hora, vimos um aumento de mais de 10 vezes e por isso excedeu”.

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Armstrong disse ainda ser preciso “investir em infraestruturas em um nível ainda maior do que investimos no passado”. 

Para o executivo, o aumento do volume é bem-vindo. “É bom, é um sinal de adoção de criptomoedas e também de o quão importante elas estão se tornando na economia”, disse. “Mas isso só torna o nosso trabalho ainda mais importante e temos que certificar de que estamos servindo nossos parceiros e clientes com boa infraestrutura.”

ETFs e preço do Bitcoin

O Bitcoin estabeleceu repetidamente novos máximos durante as duas primeiras semanas de março, chegando a mais de US$ 73 mil. O aumento foi causado em parte pelo interesse direto em ETFs de Bitcoin spot (à vista), como os da Fidelity e BlackRock.

Neste início de tarde de quarta-feira (20), o Bitcoin é cotado em US$ 64.136, com uma valorização de 2% nas últimas 24 horas. Em reais, o BTC perde 0,9%, negociado a R$ 323.143,64, de acordo com o Índice do Preço do Bitcoin (IPB). 

No entanto, o BTC chegou a cair 8% na terça-feira (19), abaixo de US$ 62 mil, na maior queda diária desde 9 de novembro de 2022, quando recuou 14% com o colapso da FTX.