No embalo do relatório favorável emitido pela agência Goldman Sachs na sexta (14) – após a divulgação de resultados operacionais do primeiro trimestre do ano (1T21), acima da expectativa — a ação preferencial nominativa da Cemig (Cemig4) operava na segunda-feira, pouco depois das 17h, com alta de 1,8%, recuando ligeiramente do início do pregão.
Apesar da avaliação positiva da agência em relação ao desempenho da companhia no 1T21, analistas do Goldman advertiram que os resultados da Cemig “podem ser enganosos”, pois estes “capturaram efeitos pontuais e valores não relacionados ao dinheiro que entra e sai do negócio” e que “o resultado final da companhia foi impactado por resultados financeiros e itens não recorrentes”.
Preciso ou não o laudo do Goldman Sachs, o fato é que a companhia apurou um Ebtida (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado de R$ 683 milhões — montante que superou em 6% as projeções feitas pelo Goldman Sachs. No mesmo período, o Ebitda ajustado ficou em R$ 585 milhões ou 5% acima do previsto.
De toda forma, a agência admitiu que todos os segmentos da elétrica apresentaram resultados positivos. Entre eles, um dos principais foi o lucro líquido de R$ 422,351 milhões (1T21) — 38% acima da expectativa — revertendo o prejuízo de R$ 68,133 milhões, relativo a igual trimestre de 2020. Em que pese as ressalvas, Goldman Sachs manteve a classificação de compra da Cemig, com preço-alvo de 12 meses de R$ 13,72.
Foco na eficiência
Noutro trecho do relatório, os analistas do Goldman destacam que a empresa, “além de contar com um portfólio diversificado de distribuição, ativos de transmissão e geração, possui uma gestão focada na busca da eficiência e melhor distribuição de resultados aos acionistas”.
Em teleconferência hoje, o presidente da Cemig, Reinaldo Passenezi, anunciou que a empresa pretende reformular atendimento ao cliente para torná-lo ‘mais digital’, além de rever a estratégia de investimentos em distribuição, conforme valores projetados no planejamento estratégico.
Tecnologia limpa
A ideia aqui é substituir a rede rural monofásica para trifásica, e ampliar sua matriz energética em fontes eólica e solar. Na oportunidade, Passenezi, destacou que, “além de ter feito um reajuste tarifário menor, a Cemig continuará buscando alternativas para o aumento de eficiência, por meio da tecnologia”. A companhia também pretende manter o foco no segmento de geração, transmissão e distribuição em Minas Gerais, assim como alienará participações em áreas de menor interesse.
‘Ebitda regulatório’
Como símbolo do conjunto de investimentos previstos para este ano, a Cemig cunhou o termo ‘Ebitda regulatório’, que consiste em iniciativas como a venda de participação na Taesa; expansão do programa de demissão voluntária (pdv) e a extensão dos prazos das concessões em geração, previstas no acordo de repactuação do risco hidrológico (GSF), o que influenciou no resultado de R$ 2,952 bilhões estimado para 2021.
No entendimento da corretora XP, o resultado apresentado pela Cemig é reflexo da combinação de maior volume de venda de energia a consumidores finais, no comparativo anual, o que permitiu compensar o aumento de custos com despesas gerenciáveis.
Destaques do relatório Cemig (1T21)
- Aumento de 3,3% na energia distribuída pela Cemig D no 1T21 x 1T20
- Cativo: queda de 1,7%
- Transporte: aumento de 9,7%
- Maior volume de Gás vendido no 1T21 (+35,0%)
- Cemig D
- Opex dentro do limite regulatório (R$ 53 milhões menor que a cobertura)
- Lajida realizado superior ao regulatório
- Bonds: Impacto negativo de R$ 938 milhões no resultado financeiro
- Ganho na venda da Light:
- Efeito positivo no Lajida de R$ 108 milhões
- Efeito positivo no Lucro de R$ 185 milhões
- Entrada de caixa de R$ 1.372 milhões
- DECi: Melhora contínua
- 9,55 horas de interrupção de energia (último 12 meses)
- Sólida posição de caixa: R$ 6,18 bilhões