A Binance anunciou na terça-feira (18) a suspensão de saques e depósitos da altcoin Super Bitcoin (SBTC), um fork do Bitcoin criado em 2017 que fracassou e pode estar até mesmo morto. Segundo a nota do suporte da corretora, a interrupção ocorreu porque “as transações de SBTC não estão sendo transmitidas na rede”.
“A Binance suspenderá depósitos e saques para o SBTC até que a rede se torne estável. Nenhum outro anúncio será publicado. Pedimos desculpas por qualquer inconveniente”, escreveu a empresa.
O alerta não dá mais detalhes, mas o site do projeto — superbtc.org — está fora do ar e as duas contas que a Super BTC possui em redes sociais, Twitter e Medium, não publicam nada há pelo menos quatro anos. O link que dá acesso ao white paper, obrigatório no Coinmarketcap quando se é listado na plataforma, também não está mais ativo.
Preço do Super Bitcoin
A altcoin chegou a valer mais de US$ 300 no seu auge, em meados de dezembro de 2017. Em janeiro de 2018 o SBTC caiu para cerca de US$ 100. Em setembro do mesmo ano despencou para a casa dos US$ 20; hoje, vale apenas US$ 0,80.
Fork do Bitcoin
Alguns detalhes do SBTC ainda se encontram disponíveis na internet, como por exemplo que o fork ocorreu na altura do bloco 498888 do Bitcoin em dezembro de 2017, conforme mostra uma reportagem do Bitcoin.com da época.
A altcoin foi então pré-minerada com 210.000 unidades das 21.210.000 SBTCs previstas. Segundo o site, era prevista a capacidade de 8 megabytes por bloco, smart contracts e uma rede supostamente como a Lightning Network.
Criador da altcoin
Outro ponto é que por trás do projeto Super Bitcoin está um dos pioneiros das criptomoedas na China, Li Xiaolai, que à época foi destaque em vários sites de notícias, tanto por criação de projetos quanto por polêmicas.
No Medium, por exemplo, uma publicação de janeiro de 2018 sugeria que o Super Bitcoin viria melhor que o Bitcoin Core. “O código Bitcoin de Satoshi Nakamoto é complicado e confuso. Pela primeira vez na história, a equipe do SBTC reestruturou o código Bitcoin!”, disse a equipe do projeto.
Sobre controvérsias envolvendo o nome de Li, um dos casos foi sobre um projeto chamado PressOne. Por meio dele, Li recebeu US$ 550 milhões em três dias sem lançar um white paper.
Segundo o Bitcoin.com, o PressOne foi descrito como um golpe pela mídia chinesa depois que Li não pode dar continuidade no projeto por conta da repressão de autoridades chinesas. Ele apenas pediu desculpas aos investidores e o caso acabou caindo em esquecimento.
O site do projeto — Press.one — virou então rumsystem.net. Um levantamento feito no Who.is remete o domínio a um outro projeto blockchain de mineração chamado Rum System — Quorum; a localidade, Reykjavik, Capital da Islândia.
Ainda sobre Li Xiaolai, o Coindesk noticiou na época que o empresário foi vendedor e professor de inglês até conhecer o Bitcoin em 2011, quando começou a minerar e investir na criptomoeda. Em 2014, escreveu o site, ele teria mais de 100 mil bitcoins, o que o tornava um dos maiores investidores da época.