Em menos de dois meses, os clientes da Binance sacaram aproximadamente US$ 12 bilhões em criptomoedas, o que equivale a um quarto do total de ativos que a corretora possuía sob controle antes do colapso da concorrente FTX. As informações são da Forbes e se baseiam em dados on-chain da empresa de análise cripto DefiLlama.
Segundo a reportagem, só na sexta-feira (6) a Binance viu sair de seus cofres US$ 360 milhões. Changpeng “CZ” Zhao, fundador da exchange, falou semanas atrás sobre a corrida bancária que a corretora sofreu, mas minimizou o episódio.
A Nansen, outra firma de análises cripto, disse em 13 de dezembro que a perda da Binance era de 4% do total de ativos na primeira semana de dezembro. Mas a Forbes afirma que uma investigação própria mostrava que já tinha sido sacadas 15% do balanço total da Binance naquela época, com a porcentagem de saques subindo para 25% do balanço da empresa dois meses depois.
A Binance enviou uma nota afirmando que os dados da Forbes estão errados “por bilhões”.
Leia abaixo a nota completa:
Os saques não estão acelerando. Em última análise, nossos usuários querem saber que seus fundos estão seguros e que nosso negócio é financeiramente sólido. Para esse fim, a estrutura de capital da Binance está livre de dívidas e também demonstrou recentemente sua robustez financeira ao executar US$ 6 bilhões em saques líquidos entre 12 e 14 de dezembro sem perder o ritmo.
A análise da Forbes é mal concebida e os números que eles elencam estão errados em bilhões. Recentemente, três grupos de pesquisa independentes publicaram separadamente relatórios que indicavam que a situação da Binance permanece forte e bem posicionada a longo prazo.
Um indicador mais útil da saúde de uma exchange está em seu volume diário de transações. Isso pode ser visto em tempo real no CoinMarketCap.
Por fim, continuamos a manter ativos 1:1 com os depósitos e podemos financiar saques a qualquer momento, mesmo em grandes volumes, embora exagerados, como citados por este artigo.
Binance enfrenta corrida de saques
Na primeira metade do mês de dezembro, a Binance enfrentou uma corrida de saques por conta de rumores negativos sobre a saúde financeira da corretora. “FUD nos ajuda a crescer”, disse na época o CZ em uma thread publicada no Twitter.
O FUD (sigla em inglês para medo, incerteza e dúvida) a que o empresário se refere, são as dúvidas acerca da prova de reservas (PoR) em criptomoedas da corretora, bem como as investigações que a empresa sofre das autoridades americanas.
Em um único dia de dezembro, por exemplo, US$ 1,9 bilhão em criptomoedas foram sacadas da Binance, segundo dados da Nansen. Para CZ, no entanto, tudo estava normal:
“Vimos algumas retiradas hoje (líquido US$ 1,14 bilhão). Nós vimos isso antes. Alguns dias temos retiradas líquidas; alguns dias temos depósitos líquidos. Negócios como de costume para nós. Na verdade, acho que é uma boa ideia ‘testar o estresse sobre saques’ em cada CEX [corretora centralizada] de forma rotativa. Custa algumas taxas de rede para executar esses testes, mas mantém a indústria saudável.”
Things seem to have stabilized. Yesterday was not the highest withdrawals we processed, not even top 5. We processed more during LUNA or FTX crashes. Now deposits are coming back in. 🤷♂️💪 https://t.co/WLK2KyCym0
— CZ 🔶 Binance (@cz_binance) December 14, 2022
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*Texto atualizado às 14h56 do dia 10 de janeiro de 2023 para inclusão da nota de posicionamento da Binance