Christine Lagarde, a presidente do Banco Central Europeu, fez um discurso a favor da “possível introdução de um euro digital” e descartou o Bitcoin como uma moeda que “não cumpre todas as funções do dinheiro”.
Em um artigo publicado na segunda-feira (30) na L’ENA hors les murs, uma revista para ex-alunos de uma escola que treina funcionários públicos da França, Lagarde disse que um euro digital pode ser “importante”.
Poderia complementar o dinheiro, e competir com moedas digitais emitidas por bancos centrais de outros países. Também pode criar novos empregos, disse ela.
Além do mais: “Um euro digital também seria um emblema do processo contínuo de integração europeia e, em última análise, ajudaria a unificar as economias digitais da Europa.”
Mas, ao mesmo tempo, Lagarde disse que “criptoativos apresentam riscos”. Claro, o Bitcoin evita o problema do “gasto duplo”, disse ela, em referência à tecnologia que exige que as transações sejam validadas por nodes na rede Bitcoin.
Mas o principal risco, disse ela, “é confiar puramente na tecnologia e no conceito errôneo de não haver emissor ou dono”. É por isso, disse ela, que criptomoedas como o Bitcoin são “altamente voláteis, ilíquidas e especulativas e, portanto, não cumprem todas as funções do dinheiro”.
Lagarde também disse que stablecoins privadas, como o Tether ou a Libra, também “representam sérios riscos”.
“Se amplamente adotados, eles podem ameaçar a estabilidade financeira e a soberania monetária”, disse ela. Se o emissor não pudesse absorver as perdas, uma corrida poderia ocorrer. E, como são administrados de forma privada, os bancos centrais, como o BCE, não podem determinar a política monetária de um país.
*Traduzido e editado com autorização da Decrypt.co