O Banco Central da Nigéria (CBN) emitiu na última quarta-feira (03) uma circular para os bancos do país solicitando o fechamento de contas de duas pessoas suspeitas de transacionar criptomoedas para lavagem de dinheiro, segundo publicação do Peoples Gazette (PG) no domingo (07).
De acordo com o site, os alvos são Nnamdi Francis Okereke e Nwaorgu Kingsley Chibuzor, ambos ligados à uma empresa chamada TVS Hallmark Service Limited, alvo também da ação. Além de suspender as contas, o órgão central pediu o bloqueio dos fundos, ressalta o PG que compartilhou um trecho do documento assinado pelo Diretor de Supervisão Bancária, JY Mammanand.
Em um dos trechos da circular, o CBN afirma que se “se envolver em negociação de criptomoeda” viola uma circular emitida em fevereiro deste ano que proíbe tais operações no país. Na ocasião, o argumento usado na ocasião foi que o novo mercado era uma ameaça ao sistema financeiro nacional.
Moeda digital da Nigéria
Do outro lado das criptomoedas está a moeda oficial Naira Digital, lançada no fim do mês passado. Trata-se de uma moeda na modalidade CBDC (Moeda Digital do Banco Central), cujo modelo já é objeto de estudo de vários bancos centrais, como Brasil por exemplo.
O caso da Nigéria é semelhante ao da China. Apesar de ter saído na frente, o governo chinês ainda não lançou oficialmente seu yuan digital (e-CNY). Ou seja, inibe-se a criptoeconomia para dar espaço a uma CBDC.
No que diz respeito à adoção do Bitcoin pelos nigerianos, a maior das criptomoedas começou a ganhar o olhar mais apurado da população no ano passado em meio a uma desvalorização contínua do Naira perante a inflação.
Em resumo, desde que a população nigeriana começou a intensificar a adoção do Bitcoin como uma alternativa contra a inflação, o CBN passou a tomar medidas para tentar conter o hype.