O Walmart e a Amazon estão considerando emitir suas próprias stablecoins atreladas ao dólar americano, com o objetivo de facilitar os pagamentos, acelerar a liquidação e reduzir os custos associados aos sistemas financeiros tradicionais, segundo reportou o The Wall Street Journal (WSJ) nesta sexta-feira (13).
Segundo o jornal, as iniciativas podem estar atreladas à redução de custos no que tange às transferências dos altos volumes em dinheiro e cartão que as multinacionais administram para fora do sistema financeiro tradicional.
Neste caso, disse o WSJ, uma iniciativa do Walmart ou da Amazon para lançar um sistema de pagamentos que contorne o sistema de pagamentos tradicional causaria arrepios nos bancos do país.
Contudo, as decisões finais podem depender do avanço do GENIUS Act, projeto de lei que regula o setor de stablecoins nos EUA e atualmente tramita no Senado. O projeto de lei está previsto para votação final em 17 de junho.
Stablecoins nas grandes empresas
O presidente dos EUA, Donald Trump, priorizou a clareza das criptomoedas logo no início do seu governo e agora tem pressionado por uma legislação para stablecoins até agosto, comentou o The Block, acrescentando que esta postura pró-stablecoins ajudou a acelerar a adoção corporativa da modalidade de moeda cujo mercado ultrapassou recentemente a casa dos US$ 250 bilhões.
A Ripple lançou a stablecoin RLUSD no ano passado, e mais recentemente a Shopify firmou parcerias com a Coinbase e a Stripe para integrar a USDC da Circle. A líder de mercado Tether (USDT), com US$ 155 bilhões em circulação, também planeja emitir uma stablecoin específica para os EUA, voltada para investidores institucionais nacionais.
Enquanto isso, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse que o setor pode ultrapassar US$ 2 trilhões até 2028 com apoio legislativo.
Regulamentação cripto nos EUA
Nos Estados Unidos, outro projeto de lei que visa reformular a regulação das criptomoedas, o CLARITY Act, foi aprovado por dois comitês-chave da Câmara e agora segue para votação no plenário.
Se aprovada, a Lei CLARITY formalizará a retirada de poderes de supervisão da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) e estabelecerá a mais flexível Comissão de Negociação de Contratos Futuros de Commodities (CFTC) como principal reguladora da maioria dos ativos digitais.
Emissores de criptomoedas ainda poderão optar por se registrar na SEC caso queiram vender diretamente para investidores institucionais.