A agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) reduziu o rating do Grupo Bandeirantes de Comunicação, conforme comunicado publicado na quarta-feira (24). O conglomerado, do qual fazem parte empresas como TV Band, BandNews, BandSports, teve seu rating de crédito rebaixado para ‘brCCC-’.
Segundo a agência, a razão pelo alerta é devido a “futuros impactos do COVID-19 (coronavírus) em suas operações e liquidez; perspectiva negativa”.
Antes da nota ‘brCCC-’, cujo de grau especulativo é considerado de risco substancial, a grupo se mantinha situação em ‘altamente especulativa’ (brB+) na agência.
O seu rating de emissão também teve queda; de ‘brBB-’ para ‘brCCC’. Isso mesmo com um aumento recente na audiência, conforme descreve o relatório. A escala da S&P vai de AAA (bom pagador) a D (risco de calote).
De acordo com o documento, a área de esportes da Band foi uma das mais afetadas da empresa por conta da suspensão de eventos esportivos. Outro ponto citado é a queda no número de anunciantes.
Conforme detalhou, é provável uma queda na receita dada a potencial renegociação de contratos e cancelamentos de eventos esportivos.
Para a agência, isso deve afetar as receitas nos próximos meses sem que a empresa consiga cortar custos, investimentos e renegociar com fornecedores no mesmo ritmo.
“Acreditamos que a geração de caixa do Grupo Bandeirantes de Comunicação (Band) será negativamente impactada pelos efeitos da rápida propagação do novo coronavírus (COVID-19). Dessa maneira, entendemos que sua atual estrutura de capital ficará pressionada pela fraca liquidez apresentada”.
Band nos próximos 12 meses
Para os próximos 12 meses, diz a agência, a estrutura de capital do Grupo Bandeirantes continuará pressionada pela fraca geração de caixa esperada em 2020.
Segundo projetou os especialistas, a condição do capital não será suficiente para cobrir todas as necessidades nesse período.
“Além disso, alteramos a perspectiva do rating de emissor de positiva para negativa. A perspectiva negativa reflete nossa expectativa de uma maior probabilidade uma renegociação de dívida nos próximos seis meses que consideraríamos distressed”, diz o comunicado.
Em outras palavras, a agência prevê dificuldades na capacidade do Grupo Bandeirantes em quitar dívidas, já que o caixa que deve ser insuficiente para cobrir suas necessidades.
De acordo com a S&P, o grupo tem R$ 270 milhões em empréstimos e financiamentos que estão sendo pagos desde setembro do ano passado.
Naquele período, havia em caixa cerca de R$ 73 milhões, segundo a agência; a previsão para o capital de giro era R$ 60 milhões para os 12 meses seguintes.
O mesmo foi previsto para a Geração interna de caixa — na ocasião, para negativa de R$ 80 milhões.
Ainda segundo o documento, o grupo tem Investimentos (capex) em manutenção de R$ 10 milhões e pagamento de dividendos de R$ 2 milhões para o mesmo período.
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